No quarto de Candy

"E ela disse, se tu queres ser livre abre os teus olhos..." - No quarto de Candy - Xutos & Pontapés, 1997

quarta-feira, dezembro 21

Boas Festas em flash




Clica no Tim para o ouvires cantar.

Boas festas e muitas prendinhas, são os votos da Sandra e do Clube de Combate...

domingo, dezembro 18

VoxPop: 3 noites para 3 desejos




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Finalmente era quinta-feira. A vontade de rumar ao Coliseu aumentava a cada minuto, prolongando penosamente o fim das aulas que pareciam não ter fim. As saudades dos andarilhos eram mais que muitas, mas o acomodado ponteiro estava numa de contrariar. Nada a fazer! Só quando se colou às 18 horas é que tivemos ordem de saida para rumar em direcção ao Coliseu, em busca do reencontro anunciado com aqueles que nos acompanharam ao longo de um ano na estrada.

Não é fácil falar dos concertos no Coliseu, datas-metáfora que assinalaram o fim da tournée “3 Desejos”. Uma tournée que já traz saudade, mas que deixa um travo doce ao recordar todos os sorrisos, todos os choros, todas as birras. Das cervejas goela dentro, às peripécies estrada fora, passando pelos banhos no entretanto com o regador da relva, o Coliseu anunciou o final de uma tournée onde foram concedidos muito mais que 3 desejos. Resumindo, este foi o melhor ano de estrada. Exactamente como eles dizem, os nossos Xutos: «quilos de alegria, montes de prazer».

Quanto aos 3 concertos propriamente ditos, não é neste meu regresso ao blog que vou alongar-me. Talvez porque estou com muito trabalho ou porque passado um mês, ainda sinta os efeitos da “ressaca” (?). Prefiro falar deles na perspectiva de... desejos.

O 1º desejo para mim foi o mais fraco. O alinhamento não apresentou melhoras nem novidades, denunciando o cansaço das músicas mais tocadas. A belissima sala estava a meio-gás; algo normal para uma quinta-feira de trabalho e para o primeiro de uma série de concertos, já que os portugueses estão habituados a deixar tudo para a ultima. Existiram problemas ao nível do som e os pregos (qual martir, já não sabemos viver sem eles) também foram alguns, mas notou-se um esforço genuino para os evitar.

Quem não conseguiu evitar uma maldita gripe que não esperou para chegar uns dias mais tarde, fui eu. E talvez por estar enferma, ou por andar a saltar de um sítio para o outro na tentativa de estar com este e com aquele, o 1º desejo passou-me ao lado. E não foi por ser no Coliseu que eu prestei mais atenção ao que se passava no palco.

O 2º desejo já me soube melhor. A casa estava cheia e o alinhamento era mais apetecível, mas confesso que continuei a saltar de lugar em lugar e acabei por só o acompanhar pela metade. Já tinha visto tantos alinhamentos do 2º desejo na estrada, que optei por estar com os amigos. Talvez porque, entre novos e velhos, eram mais ainda que na noite anterior. A maldita gripe é que não melhorou! Nem com o 2º Cêgripe nem com o 2º Desejo. Em abono da verdade, só passou com a 2ª Imperial.

O 3º desejo foi espectacular! Vi-o de uma ponta à outra e não há palavras. Mesmo! Há muitos anos que não me lembrava de um alinhamento assim. Punk. Verdadeiramente... Xutos! Xutos! Xutos!

Corria o risco de estar K.O. – reconheço -, já que estava engripada, o dia tinha começado cedo com o almoço surpresa para dois aniversariantes da Irmandade (aí que saudades) e o cansaço já se acumulava das noites anteriores, mas não. Voltar a ouvir certas músicas ao vivo - e algumas ouvi-las pela 1º vez - foi emoção a mais e teve efeitos terapêuticos! A juntar à emoção das músicas antiguinhas, a alegria de ter todos os andarilhos ali à volta num coro super-afinadinho capaz de envergonhar qualquer coro de Natal, foi verdadeiramente... Xutos. Nessa noite... sim!

Não poderia deixar de referir a homenagem que foi feita à Milu, o que me fez experimentar um sensação de dejá-vu com a exibição das imagens que eu tenho neste blog um pouco mais abaixo. Ver o coliseu a rebentar pelas costuras numa ovação dirigida ao camarote da cantora da Casinha não soube a pouco. Soube a justiça. E desta vez até senti prazer ao cantar as saudades que eu já tinha.
Um obrigado final a todos por me terem proporcionado este ano de estrada. Será que a tournée acabou mesmo? Se tiver direito a um 4º desejo, então peço que não. Ou em alternativa vou pedir ao Pai Natal que traga outra rapidamente. É que as saudades já são muitas e o fim-do-ano ainda demora. Ou será que não? Mesmo que fosse já amanhã, a banda-sonora seria a mesma: «Longa se torna a espera»...