No quarto de Candy

"E ela disse, se tu queres ser livre abre os teus olhos..." - No quarto de Candy - Xutos & Pontapés, 1997

domingo, julho 31

É amanhã dia 1 de Agosto




Há 26 anos, a 1 de Agosto de 1979, Portugal assistia à tomada de posse de Maria de Lurdes Pintasilgo, a primeira e única mulher a chefiar o governo português. De nome completo Maria de Lourdes Ruivo da Silva Matos Pintasilgo, o seu cargo como primeira-ministra decorreria até 3 de Janeiro de 1980, data em que surgiu como primeiro-ministro o malogrado Francisco Sá Carneiro.

No mesmo dia, Zé Pedro, Kalú, Francis e Zé Leonel, já batalhavam pelos primeiros passos de uma banda-rock-punk que viria a ser a mais amada dos portugueses: Xutos & Pontapés.

Para a agenda de efemérides fica a recordação do 1 de Agosto em que Portugal acentuou a igualdade da mulher; e o primeiro 1 de Agosto em que um grupo de “putos” chamados Xutos & Pontapés comemoraram o ínicio das férias de Verão.

Outras efemérides a 1 de Agosto:

1776 – A Declaração de Independência dos Estados Unidos é formalmente assinada.
1914 – A Alemanha declara guerra à Russia, dando origem à Primeira Guerra Mundial.
1936 – Os Jogos Olímpicos de Berlim são inaugurados por Hitler
1944 – Anne Frank escreve a última página do seu diário
1966 - Charles Whitman mata 15 pessoas de uma torre na Universidade do Texas antes de ser abatido pela polícia
1981 – Nasce a estação de televisão MTV com a exibição do teledisco "Video Killed The Radio Star" dos Buggles
1986 – Num Rock Rendez-Vous apinhado, os Xutos & Pontapés gravam o álbum ao vivo que só viria a ser editado 14 anos depois. É amanhã dia 1 de Agosto...

E tudo em mim é um fogo posto
Sacola ás costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho

Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo p´ra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer

Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

sexta-feira, julho 29

Parabéns Kalú




Nome Completo: Carlos Eduardo Cardoso Pinto Ferreira
Nome de Guerra: Kalú
Data de Nascimento: 29 de Julho de 1958
Local: Moselos, Santa Maria da Feira
Profissão: Músico / Gerente / Produtor
1º Contacto com os palcos: Em 1978 a tocar em grupos de baile
1º Contacto com os Xutos: Em 1978 ao responder a um anúncio para baterista dos “Faiscas”
Outros Projectos: Palma´s Gang / Cabeças no Ar
Citação Caracteristica:Aaaaaaaaaaaaiii a minha vida...
Imagem no Grupo: O Brincalhão

Repararam na data de nascimento? Pois é. Liguem as colunas, marquem o ritmo na bateria (com o rato ou com o teclado)... e cantem-lhe os “Parabéns”. Ele merece!

quinta-feira, julho 28

Procurando um sinal em ti que me faça rir...




Depois dos sorrisos do João, a boa disposição do Gui... com uma dezena de “caretas” para também nos fazer rir. Era a cerveja que estava gelada ou a conversa que era animada? Divirtam-se a imaginar.

terça-feira, julho 26

E uma vontade de rir, nasce do fundo do ser...




Em pleno Monsanto fomos beber um copo com o João Cabeleira. Para quem não está habituado a vê-lo sorrir, aqui ficam alguns momentos da sua boa disposição. Clica na imagem e tenta descobrir os dez risos diferentes do João.

segunda-feira, julho 25

No baú da Candy




Há 20 anos atrás, algures em Cascais, os cinco magníficos davam um concerto como tantos outros, mas com uma particularidade. Resolveram fazer uma surpresa ao público e apresentaram uma versão do tema “Cerco” um pouco diferente da que hoje conhecemos. Partilho com vocês este momento histórico. Basta clicarem na capa do álbum.
Espero que gostem.

“Cerco” – Cascais 1985

Quando o céu escurecer
E a noite começar
Vai de novo acontecer
E a chuva que vem do ar
E pouco a pouco a cidade
Vai mudando de aspecto
Vai ficando mais sozinha
Diluindo-se o concreto

E quando o chão reflectir
O colorido da cidade
Os ratos saem da esquadra
Defendendo a sociedade

E andam para a frente
E andam para trás
E o que magoa também satisfaz
E olham para um lado
E olham para o outro
E vêem-me a mim
Estou cercado
Na cidade

Vão vestidos de cinzento
À paisana disfarçados
Os ratos saem da esquadra
No rasto dos desgraçados

E andam para a frente
E andam para trás
E o que magoa também satisfaz
E olham para um lado
E olham para o outro
E vêem-me a mim
Estou cercado
Na cidade

E quando as almas repousam
No sossego dos seus sonhos
Os ratos recomeçam a roer nos corpos estranhos
A roer nos corpos

Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

quinta-feira, julho 21

Trivial sobre Xutos





Sabem em que concerto o João cantou o Dantes? Ou o local onde o Zé Pedro e o Gui se conheceram? Divirtam-se a descobrir estas e outras curiosidades neste trivial online. Uma antevisão da página de jogos que o "Clube de Combate" vai apresentar.

Metro Integral 20.07.05


O jornal Metro falou com o “Calú” (leram bem, é assim que vem escrito no jornal), que revelou como nasceram alguns êxitos da banda:

Homen do Leme, 1985
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“Foi uma das primeiras músicas que o Tim fez para a banda. Não sei bem por que é que ele a escreveu, mas revela os problemas sociais daquela altura. Éramos da classe operária e sentiamos as dificuldades naturais dos trabalhadores.”


Contentores, 1987
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“Outra música de carisma social, não era para ser editada porque não gostávamos dela quando a tocámos, mas o produtor Carlos Maria Trindade, escolheu-a para completar o àlbum. Fizemos uns arranjos e a coisa ficou engraçada. É uma letra que continua a ser actual. Eu, que não ligo muito às letras, acho que esta se adequa muito bem aos problemas que os jovens enfrentam hoje em dia. Fala de emigração: Vamos embora daqui que isto não presta para nada.”

Não Sou o Único, 1987
Letra: Zé Pedro
Música: Xutos & Pontapés

“É uma grande música do Zé Pedro, que nasce de um acaso. O Zé estava a fazer um exercício rítmico e começámos todos a tocar e ficou. O Cabeleira, que acabava de entrar para a banda, contribuiu muito. A esperança é a ultima coisa a morrer... e é uma das músicas mais conseguidas dos Xutos. Estávamos sem editora e quando a fizemos estávamos em grande luta.”

Circo de Feras, 1987
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“Grande música de amor. Sem palavras... É impossivel não a tocarmos hoje em dia.”

À minha maneira, 1988
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“O Zé Pedro teve sempre essa tendência de escrever letras muito directas. É mais uma canção de luta. Musicalmente vem na linha do Maria, mas acaba por ser muito divertida.”

Minha Casinha, 1988
Letra: Silva Tavares e António Melo
Música: Xutos & Pontapés (adaptação)
“É um hit por acaso. Nasce de uma brincadeira nos ensaios no Rock Rendez-Vous. Não sabiamos o que haviamos de pôr como letra. Inicialmente saiu como single, mas teve um sucesso estrondoso.”

Dia de São Receber, 1992
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“Foi uma música feita por mim. Um dia apresentei-a ao pessoal e todos gostaram. O Tim é que lhe pôs a letra. Eu tinha a ideia de pôr o Ai a minha vida, mas tirámos porque achámos que não ficava bem em CD. Depois o técnico de som disse: Desculpa lá mas tens de pôr isto. E assim foi”

Chuva Dissolvente, 1992
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés
“É uma música feita numa época extremamente má para os Xutos. Estávamos para acabar, e, como achava que a banda devia continuar, aluguei uma casa em Sintra, onde montei um estúdio, e fomos todos para lá gravar. Ficavamos lá, só o Tim é que ia dormir todos os dias a Lisboa. A letra surgiu da imagem com que ele ficou quando ia de madrugada pelo IC19. É uma música muito ligada á cidade. É quase um tema de catálogo, que se aprende a gostar com o tempo.”

Remar, Remar, 1984
Letra: Tim
Música: Xutos & Pontapés

“É a minha música de eleição, que transmite aquilo que os Xutos são hoje. Ficámos sem editora e investimos sozinhos, gravámos sozinhos...É um tema completamente fabuloso. Remar, remar contra a maré. Musicalmente é um dos melhores temas. É aquela musica do coração.”

Jornalista: Mary Caiado
Montagem Fotográfica: Sandra Cabral

quarta-feira, julho 20

Valado dos Frades 17.07.05

A viagem até à Nazaré foi calminha, vagarosa e relaxante, que o destino não era assim tão longe e tinhamos tempo. Como de costume numa terra pequenina, foi fácil dar com o local. Mas uma placa mais afastada do recinto teria sido maior ajuda, já que à porta dele a indicação “festival” (com setinha e tudo) não fazia grande falta.

Após o reconhecimento do local cheguei à conclusão que, como recinto para festival, não tinha quase nada ou mesmo nada. Era um campo de futebol em terra batida com barracas que se contavam pelos dedos de uma mão. Tendas daquelas que vendem artigos para os bacanos do Marley, Bob Marley, e umas casinhas dispersas da super-bock. Jantar? Qual jantar? Para comer, só mesmo a carrinha do pão com chouriço. Como se não bastasse, as poucas barracas só abriram depois das 20h...

Pergunto-me o que faziam aquelas alminhas que ficaram 3 dias no dito festival. O acampamento era ao sol; a casa de banho nem porta tinha; e para comerem tinham que andar “quarteirões” a pé (a não ser que fossem como duas das poderosas que só comem gelados). Eu até acho que é giro haver por aí muitos festivais-de-verão, agora, as organizações devem entender que nesta época de crise quem vai a um grande festival já não vai a outros. Se as ofertas no recinto são escassas, pelo menos que o acampamento tenha as condições minimas suportáveis.

Ora, como naquela terra não havia mesmo nada que se fizesse e já tinhamos trabalhado um cadito com o Preto e o João Paulo, resolvemos ir até a Nazaré petiscar qualquer coisa. Sempre ouvi dizer que «onde há gente da terra é que se come melhor»; pois bem, lá seguimos o ditado e em boa-hora o fizémos. Que belo petisco! A salada de polvo e as ameijoas à Bulhão Pato estavam um... Festival!

Quando chegou a hora de voltar para o local do concerto, foi uma galhofa. Estava complicado de entrar! Primeiro eram os seguranças que estavam procupados com as t-shirts que vestiam: «É pá, vê-se bem os meus músculos ou não?»... Depois eram os mesmos seguranças que não sabiam a partir de que horas é que nos deviam deixar entrar... Depois era a rapariga à frente que não podia entrar com a máquina fotográfica... Não fosse o prazer do polvo e das ameijoas, e tanta bimbalhice tinha sido dificil de aturar.

O recinto estava completamente deserto e assim permaneceu por algum (muito) tempo. Estavam os Fonzie a começar de tocar quando se compôs um pouco mais. Mesmo assim, a própria banda assustou-se com o pouco público presente. Mas foram muito inteligentes. Ao darem uma actuação bastante boa, com muita garra, e sempre a comunicar com o público pouco interveniente. No tema final até escolheram uma rapariga da assistência para ir ao palco tocar e cantar com eles. Em playback e só para a fotografia, mas muito inteligente.

Quanto aos nossos Xutos, a actuação deles foi muito, muito boa. Surpreeendente, até. Já tinha aceitado que ia ser um concerto mais calmo, sem muitos pulos, uma vez que iam no quarto dia seguido sempre em viagem. Mas mais uma vez, os nossos meninos provaram que, apesar dos 26 anos de estrada, a energia continua toda lá! Mesmo depois de tantos kms, atrasos e noites mal dormidas. Até o Kalú ajudou na coreografia da Teimosia que teimosamente inventávamos nas grades. Por falar em grades... A primeira parte foi engraçada. Com um público jovem e calmo no amarelo das grades. Talvez por isso. Por serem jovens e não conherem os temas mais antigos. Porque na segunda parte o engraçado foi ver como aqueles que antes quase dormiam encostados às grades, começaram a delirar com os temas de há 3 ou 4 anos para cá.

Desta vez só tivemos uma mangueira ao centro (quem se questionava sobre o que fazia tal coisa ali agora já sabe o motivo...), mas o fogo foi e-s-p-e-c-t-a-c-u-l-a-r. Quem se esqueceu de tal momento fui eu, que apanhei um susto... daqueles. Bum!

Monsanto 15.07.05

Concerto há muito aguardado, viagem curta q.b... Ainda assim, não fosse o meu sentido de orientação, e não nos tinhamos perdido no meio da mata. Curvas à parte, foi uma tarde bem divertida. Com a chegada cedinho junto ao palco para começar a trabalhar. Sim, que isto ultimamente não pode ser só curtir (todos os trabalhos fossem como este e não me importava de trabalhar mais umas horitas por dia).

Descobri que afinal o sr. João Cabeleira até pode ser bom conversador. O que fica mesmo complicado é quando lhe tiram a palavra cada vez que ele tenta completar uma frase. Um pequeno pormenor que não lhe tira os imensos sorrisos. E em primeira mão, para todos os andarilhos, aqui fica um recado do Gui:
- «Usem ténis Nike.»
Quando o registo das conversas estiver online, vão saber porquê.

Ainda antes destas futuras-surpresas, enriqueciamos o projecto com a arte do Cajó quando fomos brindados por um grupo de crianças bem simpáticas (quase todas de t-shirt e lenço à lá Xutos), que se divertiram bastante e que levaram duas belas recordações para casa. A foto com os elementos da banda e a visita guiada ao palco pela mão do Zé Pedro.

Matando o tempo, queimando o tempo, bebendo o tempo.... e eis que começa a primeira parte do espectáculo com outra banda vencedora do passatempo “3 Desejos”. Os S-K6, com uma actuação cheia de energia - mesmo sem se perceber patavina do que cantavam –e assaz divertida. Um grupo jovem com mérito e com tanta vontade de tocar que tiveram de ser “corridos” do palco.

Instrumento fica, instrumento sai... e deu-se a grande entrada dos autores de “Ai, se ele cai” (só mesmo para rimar). Foi um bom concerto. De longe, bem melhor do que aquele que deram na semana académica de Lisboa (o tal a 13 de Maio). Acrescento que, desde o atlantico, não vi um concerto deles em Lisboa que fosse tão bom ou que tivesse tanto público em regime de cumplicidade. Foi bom ver o João a continuar pela noite o sorriso que já trazia da tarde. Mesmo quando o motivo foi o belo banho de mangueira que nos deixou encharcados. Em suma, foi uma bonita noite com o recinto repleto de alfacinhas. Uma horta de gente feliz com a banda que os fez sair à rua.

Bem Vindos

Alinhamento do 2º Desejo:
Estupidez
Não Sou Jesus
Dados Viciados
Barcos Gregos
Faca no Coração
Fim do Mês
Jogo do Empurra
Fim de Semana
Desejo
Mundo ao Contrário
Nós Dois
Hás-de-Ver
Conta-me Histórias
Teimosia
N' America
O Que Foi Não Volta a Ser
Gritos Mudos
Submissão
A Minha Maneira
Maria
Vida Malvada
Um Mergulho
(encore)
Contentores
Dia São Receber
Ai Se Ele Cai
Casinha